Pesquisadores da Universidade de Michigan desenvolveram um novo tipo de lâmpada incandescente. Graças ao design preciso do próprio filamento, esta lâmpada é capaz de emitir luz elipticamente polarizada (luz torcida) e é 100 vezes mais brilhante do que os métodos anteriores. Este novo design ajuda a melhorar a compreensão das pessoas sobre física básica e abre caminho para sistemas de visão robótica e outras aplicações tecnológicas de ponta.
Segundo os pesquisadores, a luz torcida pode ser produzida usando a mesma tecnologia da centenária lâmpada Edison (lâmpada de filamento). A luz torcida se propaga em espiral no espaço. Essa propriedade, chamada "quiralidade", permite distinguir objetos com base na distorção única da luz emitida ou refletida pelo objeto. A luz torcida é importante em tecnologias avançadas de imagem e sensoriamento, auxiliando carros autônomos ou robôs a distinguir entre objetos ao redor.
Tradicionalmente, tem sido difícil produzir luz distorcida devido ao seu baixo brilho. Desta vez, os pesquisadores resolveram esse problema revisitando um conceito clássico: a radiação de corpo negro.
As leis básicas da física afirmam que todos os objetos emitem fótons enquanto a temperatura estiver acima do zero absoluto. No entanto, alguns objetos absorvem a mesma quantidade de fótons que emitem, um fenômeno chamado radiação de corpo negro.
A radiação de corpo negro geralmente emite um amplo espectro de luz e parece branca ao olho humano. No entanto, o formato do emissor em escala microscópica ou nanométrica pode alterar a polarização da luz, ou seja, a direção de sua oscilação. Os pesquisadores descobriram que, quando o emissor é torcido em uma escala comparável ao comprimento de onda da luz emitida, a radiação de corpo negro resultante se torna radiação quiral e os fótons são torcidos.
Os pesquisadores afirmaram que esta é a primeira vez que uma luz distorcida tão brilhante foi criada. Eles preveem que, usando a tecnologia de luz distorcida, robôs e carros autônomos serão equipados com sensores com capacidades visuais, como camarões-louva-a-deus, capazes de distinguir diferentes tipos de luz distorcida. Por exemplo, as distorções únicas de luz emitidas por diferentes materiais podem ser usadas para identificar obstáculos ou organismos.
Essa luz distorcida também tem o potencial de melhorar outras tecnologias de imagem, como diagnósticos médicos mais precisos e imagens de ciência de materiais, além de ser de grande importância para melhorias em sistemas de comunicação.